Luciana Branco
09.01.2024

De onde vem a alegria?

Fui levar meu doguinho para a creche agora cedo (sim, creche, a que ponto chegamos!) e senti uma alegria muito gostosa no peito, caminhando no sol ainda leve, escutando uma música e com vontade de dançar no meio da rua, tipo aqueles filmes musicais que eu achava brega e hoje amo.

Esse é meu termômetro de alegria: o quanto desejo dançar e danço no meio da rua, com fone de ouvido.

Lembrei da música na qual Lenine:

“De ondeDe onde vemDe onde vem a cançãoQuando do céu despencaQuando já nasce prontaQuando o vento é que inventaDe onde vem a canção”

Se não conhece, escuta aqui.

E fiquei pensando de onde vem a alegria? Especialmente essa, que acontece sem motivo algum. Antes de me render ao mistério de onde vem, fiquei criando pretextos para ela:

– Deve ser porque ontem à noite, sem querer, cai numa festa deliciosa no meio da Av Paulista, dancei muito, paquerei, reencontrei pessoas, curti com os amigos.

– Talvez também seja porque ontem eu finalizei o livro que estou escrevendo… “Vou te resgatar quantas vezes forem necessárias”.

– Talvez porque a próxima turma do Experimento tá ficando bonita e eu fico feliz em pensar em compartilhar desse caminho.

Mas eu poderia estar bravíssima, já que ontem entrou muuuita água pela luminária da minha cozinha, a ponto de eu ter colado balde no meio da cozinha! Chamei ajuda, voltam amanhã e eu vou ficar com medo sim se chover daquele jeito hoje de novo…

Eu poderia estar com muito medo das mudanças que venho promovendo na vida.

E talvez, a alegria surja daí, dessas misturas perfeitas de coisas gostosas e outras chatas. Luz e sombra, não cansarei de repetir.

E Lenine segue:

“E pra onde vai a cançãoQuando finda a melodiaOnde a onda se propagaEm que espectro irradiaPra onde ela vai quando tudo silenciaDepois do som consumadoOnde ela existiria?”

Que se propague essa alegria que sinto hoje!